Como entender o candomblé da Bahia enquanto embrião do movimento negro contemporâneo?

Inicialmente podemos traçar uma analogia entre candomblé e movimento negro, a partir de uma significativa semelhança: a luta pela preservação da identidade, cultura, história e identidade de um povo que foi e continua sendo vítima de uma “campanha” contra a sua existência.
Se outrora o candomblé se caracterizou como um “foco de resistência contra-aculturativa da população negra”, atualmente o movimento negro e suas diversas ramificações e enfoques, busca ser também um mecanismo de propagação das raízes negras, conscientizado, antes de tudo, os próprios negros de seu valor na sociedade.
Sabemos que durante a escravidão o negro transformou não apenas a sua religião e os diversos aspectos de sua vida em uma cultura de resistência social. Essa cultura de resistência desempenhou durante a escravidão (como desempenha até hoje) um papel de resistência e guarda dos seus costumes e tradições.
Assim, afirmar que o candomblé da Bahia foi embrião do Movimento Negro, significa dizer que ambos possuem o “espírito de resistência” que se tornou inerente o povo que viveu o terror da possibilidade de ser extinto.